quarta-feira, 14 de março de 2012

Venezuela sem Chávez, e daí?

A Venezuela empreenderá nesta terça-feira (13) o décimo oitavo dia sem a presença física no país de Hugo Chávez, mas nada inesperado aconteceu e o projeto político que lidera o comandante-presidente continua, talvez até com mais impulso.


Hugo Chávez discursa durante encontro do gabinete venezuelano em Havana, Cuba Foto/ Palácio Miraflores

O mandatário partiu para Havana no último dia 24 de fevereiro e três dias depois, no dia 27, teve uma intervenção cirúrgica para extrair uma lesão recorrente do tumor com células cancerígenas que lhe foi retirado em junho do ano passado.

A operação foi bem sucedida, segundo informou o próprio Chávez em meados daquela mesma semana, e as aparências lhe deram razão, pois dois dias após sair da cirurgia se reuniu, por telefone, com vários de seus ministros e deu instruções sobre diversos assuntos de governo.

Mas enquanto o governante se recupera de maneira acelerada na capital cubana, os membros do Conselho de Ministros, liderados temporariamente pelo vice-presidente executivo, Elías Jaua, multiplicam sua presença em diversos lugares de Caracas e outros lugares do país.

Aparecem entregando moradias, em feiras de vendas de produtos alimentícios, em atividades das missões sociais, inaugurando indústrias importantes para o desenvolvimento de um país que não poderá viver eternamente do petróleo, ou em algum programa de televisão denunciando campanhas opositoras.

No mesmo dia da operação de Chávez, Jaua, os ministros Rafael Ramírez (Petróleo e Mineração) e Jorge Giordani (Planejamento e Finança), encabeçaram a cerimônia de assinatura de 14 acordos com a República Popular da China.

Ramírez, quem também é presidente da empresa petroleira estatal PDVSA, disse que esses acordos contribuirão com financiamento de cerca de 10 bilhões de dólares para a Venezuela e os qualificou de "altíssima importância estratégica" para o país sul-americano.

No dia seguinte, todos os membros do Executivo prestaram contas sobre sua gestão durante 2011 perante a Assembleia Nacional, na qual Jaua resumiu a bem sucedida atuação do governo nesse período, em um discurso pronunciado perante a plenária dos deputados.

Os ministros estão mobilizados de maneira permanente para garantir a continuidade de todas as tarefas nas diferentes frentes do projeto político que lidera Chávez.

"Trabalharemos bem mais do que sempre para que o povo venezuelano possa contar com seu governo", expressou a titular da Juventude, María del Pilar Hernández, no fim da reunião do Conselho de Ministros, no último dia 28 de fevereiro. Mas os ministros não estão sozinhos, pois outras autoridades governamentais e políticas também se somaram ao esforço de garantir o andamento estável do país durante a ausência do mandatário.

Entre outros, ressaltam por sua incessante atividade Diosdado Cabello, em sua dupla condição de presidente da Assembleia Nacional e primeiro vice-presidente do governamental Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), assim como outros dirigentes dessa força política.

A eles se unem os governadores e os prefeitos dos estados e municípios governados por militantes do PSUV, e representantes de organizações sociais agrupadas no Grande Pólo Patriótico, entre outros.

Os imponentes atos de massas realizados nos últimos dias nos estados Sucre, Yaracuy, Falcón, Mérida e Barinas são o resultado do trabalho dos dirigentes governamentais e partidários durante estes dias e uma demonstração do majoritário apoio popular a Chávez e ao projeto político encabeçado por ele.

De similar maneira devem interpretar-se os multitudinários desfiles e concentrações protagonizadas pelas mulheres na última quinta-feira (8), por ocasião do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, e pelos jovens no sábado (10), ambas nesta capital.

Por sua vez, a oposição intensificou, depois da saída de Chávez para a capital cubana, suas campanhas desestabilizadoras tratando de criar caos no país; mas não tiveram sucesso, pois foram estas foram enfrentadas uma a uma pelo Governo.

No domingo (11), quatro dos cinco vice-presidentes do governo, mais outros quatro ministros, entre eles o de Defesa, viajaram a Havana e tiveram uma longa reunião com o chefe de Estado, parte da qual foi transmitida posteriormente aqui pelo canal Venezolana de Televisión.

O povo venezuelano, em sua imensa maioria, espera ansioso a recuperação da saúde do presidente e seu retorno ao país, algo que o próprio Chávez anunciou nesta segunda-feira (12) que faria em breve.

No entanto, esteja ou não fisicamente na Venezuela o presidente, a vida continua normalmente.


Fonte: Prensa Latina

Amanda Lima/ Equipe Venezuela

 

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