Por Taiane Sandes
A história do cinema mexicano se inicia no século XX, quando vários entusiastas do novo meio documentaram acontecimentos históricos (principalmente a revolução mexicana) e produziram filmes que foram redescobertos recentemente. Durante os anos 20 poucos filmes foram produzidos por causa da instabilidade política. Já nos anos 30 o cinema mexicano alavancou e vários filmes foram produzidos. Mas foi nos anos 40 que se desenvolveu o grande potencial da indústria. Os temas dos filmes, apesar da maioria serem dramas ou comédias, abrangeram as características da sociedade mexicana, desde o ditador do século XIX (Porfirio Díaz) até histórias de amor.
O México dominou o mercado cinematográfico da América Latina durante a maior parte dos anos 40, sem competir com a indústria norte-americana. Os americanos ajudaram a nação vizinha incentivando a indústria do cinema através de empréstimos e até mesmo investimentos diretos, fornecendo equipamentos e auxílio técnico a baixo custo. Com a ajuda americana a indústria mexicana tornou-se a maior produtora de filmes de língua espanhola, desafiando a de Hollywood no ramo da exibição pela América Latina. Foi em 1942 que houve a fundação do Banco Cinematográfico, com o objetivo de facilitar o financiamento da produção de filmes.
A época de ouro do cinema mexicano chegou ao seu auge quando Maria Candelária ganhou o Grande Prêmio no Festival de Cannes em 1946. O cenário do filme acontece pouco antes do início da Revolução Mexicana de 1910. Quando a indústria de cinema mexicana se consolidou eles começaram a fazer parte de um “star system”; isso porque os atores e atrizes até hoje são reconhecidos internacionalmente, ao exemplo de Maria Felix, Mario Moreno, Pedro Armendáriz, Jorge Negrete, Dolores Del Rio e Arturo de Córdova, etc.
Em 1943, Emilio Fernández formou pela primeira vez a equipe com o fotógrafo Figueroa, o roteirista Mauricio Magdaleno e os atores Dolores Del Rio, Pedro Armendáriz e Maria Felix. Eles foram os responsáveis pela maioria dos filmes que deram fama mundial ao cinema mexicano. Fernández chamava atenção por traduzir em seus filmes a vida do mexicano. Sua ideia era “mexicanizar os mexicanos” de uma forma que o estereótipo tão divulgado pelo cinema americano de um mexicano preguiçoso, bêbado, sanguinário e sem caráter fosse excluído. Então a figura do indígena heroico e nobre passou a representar um México mais digno, que poderia ser mostrado ao mundo inteiro com orgulho.
Os filmes têm adquirido um estilo muito próprio e ao mesmo tempo abrangendo temas universais.
No Festival de Sundance, por exemplo, há pelo menos uns dois ou três anos que o cinema mexicano tem levado para casa todos os prêmios destinados ao cinema latino-americano. Um longa que ficou famoso na história do cinema mexicano foi Amores Perros. Recebeu o prêmio de Cannes em 2000 na categoria de “Prêmio Especial da Crítica”, apesar das suas quase três horas de duração.
Dirigido por Alejandro Gonzalez Iñárritu, o filme é composto por três histórias que se entrecruzam na Cidade do México.
Seus filmes, foram acusados de lembrar aos de Quentin Tarantino, mas ele se defendeu dizendo que a sua influência real é dos diretores Buñuel, Bergman e Coppola.
Filmes como "Como Água para Chocolate, Cronos, Amores Brutos, Tu Y Mama Tambien, O Crime do Padre Amaro, O Labirinto do Fauno e Babel têm sido bem sucedidos na criação de histórias universais sendo reconhecidos internacionalmente no Festival de Cannes. Diretores mexicanos como Alejandro González Iñárritu (Amores Brutos), Alfonso Cuarón (Y tu mamá también), Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno), Carlos Carrera (O Crime do Padre Amaro), e Guillermo Arriaga (21 gramas ) são alguns dos mais prestigiados cineastas atuais.
A produção cinematográfica latino-americana é marcada pelos cineastas que valorizam o povo e a terra em que vivem, abordando temáticas simples e de fácil interpretação. Eles não cedem ao cinema comercial, mas também não são tão divulgados e exibidos quanto as produções do cinema hollywoodiano. Filmes latino-americanos, assim como os cinemas oriental e europeu, são “desprezados” porque a maior parte da população ainda prefere filmes comerciais com histórias repetidas.
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