terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Carnaval de Ouro na Bolívia



O carnaval de Oruro se origina nas ancestrais invocações andinas à Pachamama (Mãe Terra), ao Tio Supay (Diabo) dos lugares mineiros e à Virgem da Candelária. Sua funda espiritualidade e magnetismo foi o fruto de uma evolução no tempo.
A história do Carnaval de Oruro começa com a aparição da imagem da Virgem da Candelária em 1789, e sua revelação posterior numa gruta do cerro "Pié de Galo". Conta a lenda que em um buraco abandonado na mina desse cerro, vivia um ladrão chamado Anselmo Selarmino (o Nina Nina ou Chiru Chiru) que roubava para repartir entre os pobres. Numa de suas correrias noturnas foi mortalmente ferido por um obreiro de quem pretendeu roubar o único tesouro que tinha.
Em sua agonia foi transladado por uma virginal mulher do povo até sua morada. No dia seguinte foi enorme a surpresa dos mineiros da zona que ao acharem o cadáver, encontraram uma bela imagem da Virgem da Candelária custodiando a cabeceira da pobre cama do ladrão.
Diante da descoberta da virgem resolvem rezar para ela durante três dias ao ano desde o sábado do carnaval, usando disfarces a semelhança do diabo ao ritmo de uma cativante música. Desde então realizam a Entrada de Carregamentos e Ceras, com ornamentos regionais, presentes de prata para a Patrona, viandas e bebidas.
No período de 1900 a 1940, surgem as primeiras Comparsas ou Fraternidades devotas da Virgem como tropas de Diabos, Morenos e Tobas para desfilar até a antiga Capela do Buraco extasiados de Chicha e Álcool. Durante estes anos ainda não participavam meninos nem mulheres.
Entre 1940 a 1980, reavivando preconceitos, empregados do comércio, dos bancos, mestres e até um militar se uniram ao Carnaval e marcaram inovações aos futuros rumos da original entrada. Em 1970, o governo declarou a Oruro Capital do Folclore Boliviano, acrescentando a corrente turística.
Começam a surgir outros conjuntos e com a chegada da juventude e da mulher no Carnaval, este começa a se massificar. Na década dos 80 até os dias de hoje, se vive um período de esplendor com a espetacular apresentação da mulher, o despregue de trajes e o esbanje da beleza juvenil.


Fonte: www.ciberamerica.org

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