segunda-feira, 26 de março de 2012

Vítimas de ditadura se crucificam para pedir indenização na Bolívia


Três pessoas se crucificaram nesta segunda-feira em La Paz, amarrados a árvores em frente ao Ministério da Justiça da Bolívia, para exigir que o presidente Evo Morales cumpra uma lei de 2004 que obriga o Estado a pagar indenizações às vítimas das ditaduras militares entre 1964 e 1982.

O líder da associação que reúne essas vítimas, Julio Llanos, disse que com essa medida radicalizam o protesto que centenas de pessoas realizam em toda Bolívia há duas semanas contra "a injustiça" de não receber a compensação econômica.
Llanos disse que o nacionalista Morales, que governa a Bolívia desde 2006, não tem "vontade política de fazer o pagamento", e acrescentou que as vítimas das ditaduras manterão uma vigília perante os escritórios da ministra da Justiça, Cecilia Ayllón, até que atendam sua reivindicação.
Segundo ele, a indenização, cujo montante deve ser definido em cada caso, é um ato de justiça para os lutaram há meio século contra o Plano Condor, sistema de repressão militar coordenado pelos ditadores de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

Segundo o Ministério da Justiça, desde 2004 cerca de 1,7 mil pessoas receberam a indenização, promulgada pelo presidente Carlos Mesa (2003-05), mas outras seis mil a reivindicam e alegam que foram excluídas injustamente.

Llanos disse que todo o processo foi um "engano" sobre o qual querem discutir com o governo.

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