No mês de abril completa 30
anos da Guerra das Malvinas, como ficou conhecido o conflito armado
protagonizado pela Grã-Bretanha e pela Argentina a partir de invasão das ilhas
por tropas deste último. Ilhas Malvinas para os argentinos e Falklands
Islands para os britânicos, o arquipélago localiza-se na costa da Argentina e
a cerca de 10 mil quilômetros da Grã-Bretanha. Território britânico reclamado
pela Argentina, as Ilhas Malvinas foram invadidas pelo exército e marinha
argentinas em 02 de abril de 1982, época em que Margaret Thatcher exercia o
cargo de Primeiro Ministro da Grã-Bretanha e o general Leopoldo Galtieri era
membro da junta de governo da Argentina. A guerra, em síntese, foi resultado
de uma disputa territorial entre a Grã-Bretanha e a Argentina pelo
arquipélago das Malvinas. Os argentinos reivindicam a soberania da região
desde o século 19. Negociações para resolver a disputa política começaram em
1965, mas não houve evolução, principalmente pelo fato de a população local
ser contra a transferência da soberania para a Argentina. Ocorre que a
maioria dos pouco mais de três mil habitantes do arquipélago descende de
ingleses, daí a posição contrária à anexação territorial à Argentina.
A proximidade geográfica
facilitou a estratégia da Argentina, que não resistiu à tecnologia de guerra
britânica. Contudo, existem alguns dados muito importantes para se puder
melhor entender os resultados do conflito, e que em nenhum momento foram
evidenciados. Contrariando ao direito internacional os Estados Unidos facilitou
continuamente aos britânicos o acesso a imagens de satélite relativas ao
posicionamento da frota argentina. Desta maneira, os Estados Unidos, de fato,
descumpriram o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR),
aplicável em casos de guerra, para favorecer a um membro da OTAN. A França
foi o país, além dos Estados Unidos, que mais colaborou com a Grã-Bretanha
fornecendo informações técnicas e tecnológicas relativas aos mísseis Exocet,
dos quais é produtor, fornecendo códigos para desvio de alvo de cada míssil
desta categoria vendido pela França à Argentina. Por este motivo técnico,
nenhum míssil comprado da França pela Argentina pôde acertar o alvo, à exceção
de um, que acertou e afundou o contratorpedeiro britânico HMS Sheffield por
parte da frota argentina utilizando um míssil Exocet procedente de um
país-membro do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, o Reino Unido
pediu à França os códigos de desvio destes mísseis vendidos a todos os
membros do acordo de defesa interamericano. Em razão das divergências com a
Argentina em relação ao Canal de Beagle (ocorreu rusga em 1978), o Chile, à
época governado por Augusto Pinochet, posicionou-se favoravelmente à
Grã-Bretanha e, assim como os Estados Unidos, descumprindo o tratado
interamericano (TIAR).
O resultado da Guerra das
Malvinas, que durou 74 dias (de 02 de abril a 14 de junho de 1982), é
conhecido: a Argentina foi derrotada e computou a morte de 649 soldados (dos
quais 323 no afundamento do navio de guerra General Belgrano); da parte da
Grã-Bretanha, foram 255 os mortos e 3 habitantes locais, conhecidos como
kelpers. Ao fim, as ilhas continuaram sob domínio britânico. A vitória
da Grã-Bretanha fortaleceu o regime conservador britânico, e a derrota da
Argentina abalou a junta militar que governava a Argentina e abriu caminho
para a redemocratização que aconteceria em 1983, com a eleição de Raúl
Alfonsin.
"Iluminados por el Fuego", livro de
Edgardo Esteban e Gustavo Romero Borri e o filme homônimo, trazem importantes
informações sobre o conflito que ficou registrado na História como a Guerra
das Malvinas.
|
Fonte: jornal popular
Nenhum comentário:
Postar um comentário